A nossa amiga Isabel | |
Por Alda Ribeiro (Professora), em 2012/02/13 | 1041 leram | 1 comentários | 296 gostam |
Da turma B, do 4º ano, da EB1/JI de Santa Luzia recebemos este texto coletivo para publicação | |
A nossa amiga Isabel (Uma história de solidariedade) Isabel vivia na rua da nossa escola, não sabemos há quanto tempo. Todos os dias, quando saíamos da escola, lá estava ela à espera que lhe dessem uma esmola. Era, de certeza, mais nova que aquilo que aparentava. O rosto estava coberto de rugas, o olhar azul era triste e cansado. O cabelo, quase todo branco, não via água nem pente há já muito tempo. As roupas eram rasgadas e sujas. O aspeto era tão repugnante que todos se desviavam. Cansados de ver este cenário, e depois de termos visto a Isabel procurar comida no caixote do lixo, resolvemos juntar a turma para procurar uma solução para este problema. A Beatriz, que é a delegada de turma, convocou os colegas para se reunirem no intervalo. - Já viram a sem-abrigo que está à porta da nossa escola?- perguntou. - Já vi e acho que devemos ajudá-la - respondeu o Mário. - Como?- perguntou a Carolina. - Podemos dar-lhe parte do nosso lanche - sugere o Pedro. - E isso resolve o problema? Ela também não tem casa, nem roupa...- contrapõe o Bruno. - Podíamos fazer uma campanha - acrescenta o Leandro. - Isso, recolhíamos coisas de que já não precisássemos...- diz a Fátima. - Pois, e vendíamos para angariar dinheiro - refere a Mafalda. - E com esse dinheiro colocávamos a Isabel num lar - gritaram todos em coro. - Concordo com tudo. Mas, antes, devemos perguntar à Isabel se ela quer ser ajudada - disse a Joana, sempre ajuizada. Então, decidiram que a Laura e a Maria iriam falar com a Isabel no fim do dia. Mal saíram, foram ambas a correr ter com a sem-abrigo. Primeiro, esta desconfiou, mas como estava farta daquela vida, aceitou. A tarefa seguinte foi falar com os adultos. Os pais e os professores acharam a ideia fantástica. Logo ali começou uma onda de solidariedade. Recolheram muitas coisas: roupa, comida, brinquedos... e tudo foi vendido numa feira que decorreu na própria escola. A Isabel assistiu e até chorou de emoção. Com o dinheiro amealhado, e depois de encontrarem um lar, colocaram lá a Isabel que agora passa os dias a ensinar crianças a bordar. Sim, é que ela fora uma grande bordadeira e tinha jeito para ensinar. De vez em quando, nós também íamos lá para aprender. Até os rapazes já bordavam. Também gostamos de ouvir as suas maravilhosas histórias. Ficámos a saber que foi parar à rua por ter perdido toda a família e o emprego. Agora, nós éramos a sua família. No final, todos ficámos mais ricos e mais felizes. Turma 4º B. EB 1/JI Santa Luzia | |
Comentários | |
Por Isabel Carvalho (Professora), em 2012/02/19 | |
Gostei do texto e apreciei o facto de ser um texto coletivo. | |