Às vezes, a cidade acorda; é outono e é outubro; e pelas ruas espalha-se o perfume (e o bafio ) de casas que se abrem; dentro delas o olor reparte-se em aromas, às vezes claros, às vezes sombrios, às vezes doces, outras acres - vem-me à memória O Perfume, e não aconteceu nenhum crime - e a cidade, à medida que vai acordando, espreguiça-se e derrama braços, pernas, mãos, todo o corpo, pelas ruas e casas onde magotes, em súbita festa, se encontram em democráticos passos, gestos, olhares e se libertam - como eu!- do terrível peso do(s) dia(s). |