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Jornal do Agrupamento de Escolas Egas Moniz - Guimarães
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Um dia a ver a cidade brilhar!
Por José Louro (Professor), em 2013/05/18655 leram | 0 comentários | 164 gostam
Onde se fala de uma cidade com história, laboriosa e a descobrir a cultura como "indústria" de e com futuro! Vem daí, querida leitora e leitor, dar um passeio e talvez te não arrependas.
Esqueci, por uma vez, o quotidiano trabalho de casa e decidi visitar a "cidade cultural" neste dia dedicado aos museus...
Iniciei o périplo no Centro Cultural Vila Flor, onde a exposição "A Arte Que É", de Pedro Portugal, me esperava. E comecei bem pois fui obsequiado com as palavras do artista, em pessoa, cujas me guiaram pela pintura, escultura, objetos, instalações, filmes, explicadas por quem as concebeu perfilhando a teoria do explicadismo em arte.
No fim do almoço dei um salto à Casa da Memória espreitar os cartons desportivos de Miguel Salazar, cartonista cá do burgo, porém o fito era Sociedade Martins Sarmento e lá fui. Enquanto o ato não começava, aproveitei para ver a exposição da peça do mês: o Carro Votivo de Vilela, belo e raro exemplar, datado aí do sec. IV ou III a.C., em bronze, e que representa um cortejo processional, um ritual associado, provavelmente, a sacrifícios humanos e animais. Pronta a representação, era essa a razão da visita, deliciei-me com música de violinos (ou seriam violetas?) e ouvi, do Canto III, de Os Lusíadas, do "grande Zarolho", parte, aquelas mais concreta estrofe 31 e 35, onde se diz "De Guimarães o campo se tingia/Co sangue próprio da intestina guerra" e "Não passa muito tempo, quando o forte/Príncipe em Guimarães está cercado". Da SMS me parti, pois aproximavam-se as 16h30, para a Assossiação Comercial e Industrial de Guimarães, onde tinha à espera "Guimarães: a tradição das cutelarias" e, mais uma vez, tive direito a visita guiada, não só à exposição, como ao pequeno núcleo museológico resultante das recentes escavações e de todo o edifício, em estilo barroco e classificado, com talhas douradas, a folha de ouro e outros (bonitos mas a enganar) de purpurina em lambris e espelhos e belos lustres de cristal de Murano.
Já a precisar de "combustível" estacionei, logo ali perto, na "Medieval", em plena Praça da Oliveira, e regressei a casa apaziguado.
Declinava o dia, passei olhos, ainda maravilhados, pela realidade do jornal, que logo abandonei, por me chamar à dura realidade e eu ter tirado o dia para ser feliz.
Após o jantar, encaminhei-me para o Paço dos Duques - onde queria ver Danças Na Corte De Catarina de Bragança (1662-1692)- mas o que encontrei foi uma representação, animada e bastante divertida, de justas e torneios e entremesses, por uns amadores foliões que deliciaram a assistência. Verifiquei que era tudo por mor do atraso das danças, as quais sempre apareceram, lá para mais tarde, e às quais assisti viajando no tempo, a pensar em Catarina, que pôs os ingleses a beber chá e a desejar que dias assim aconteçam mais vezes e me façam esquecer esta "apagada e vil tristeza" que são os dias que passam e nos deixam angustiados e aziagos.


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